domingo, dezembro 31, 2006

3, 2, 1... 2007

Um "kink" de boas vindas a 2007.
Para todos ficam aqui os votos de um bom ano.

sexta-feira, dezembro 29, 2006

Run for your live II

Há vários posts atrás, publiquei esta imagem e pedi aos leitores para começassem uma história a partir dela. Recebi algumas propostas que podem ser lidas aqui.



quarta-feira, dezembro 27, 2006

Último km

O blog de um amigo sobre ciclismo:
Último Quilómetro
Podem encontrar-se aqui uma série de bons artigos sobre ciclismo e cinema.

terça-feira, dezembro 26, 2006

Langston Hughes - arquivo das traduções

Quem acompanha este blog desde o seu início sabe que fui apresentando algumas traduções/versões da poesia do autor norte-americano Langston Hughes. Agora compilei todos os poemas que podem ser lidos aqui.

Novo dia

Bob Dylan

Se os cães correm à solta
Se os cães correm à solta, então porque não nós
Pela planície a pique?
Os meus ouvidos escutam uma sinfonia
De duas mulas, comboios e chuva
O melhor está sempre ainda por vir
É isso que me explicam
Faz o que sabes, serás o rei
Se os cães correm à solta

Se os cães correm à solta, porque não eu
Pelo pântano do tempo?
A minha mente tece uma sinfonia
E tapeçaria de rima
Oh, ventos que impelem a minha história para ti
Para que possa fluir e existir
Cada um sabe de si, tudo é desconhecido
Se os cães correm à solta

Se os cães correm à solta, então o que tem de ser
Tem de ser, e isso é tudo
O amor verdadeiro pode fazer uma folha de erva
Erguer-se direita e alta
Em harmonia com o mar cósmico
O amor verdadeiro não precisa de companhia
Pode curar a alma, pode torná-la plena
Se os cães correm à solta


If Dogs Run Free
*
If dogs run free, then why not we
Across the swooping plain?
My ears hear a symphony
Of two mules, trains and rain.
The best is always yet to come,
That's what they explain to me.
Just do your thing, you'll be king,
If dogs run free.

If dogs run free, why not me
Across the swamp of time?
My mind weaves a symphony
And tapestry of rhyme.
Oh, winds which rush my tale to thee
So it may flow and be,
To each his own, it's all unknown,
If dogs run free.

If dogs run free, then what must be,
Must be, and that is all.
True love can make a blade of grass
Stand up straight and tall.
In harmony with the cosmic sea,
True love needs no company,
It can cure the soul, it can make it whole,
If dogs run free.

* "New Morning", 1970


segunda-feira, dezembro 25, 2006

Prenda de Natal...

"Bob Dylan - Canções. Volume 1 (1962-1973)"
Tradução de Angelina Barbosa e Pedro Serrano
(Relógio d' Água)

domingo, dezembro 24, 2006

Tempus Fugit
deseja um excelente Natal a todos os seus leitores.

Receitas festivas

Enquanto os cristãos festejam o Natal, os judeus celebram o Hannukah. A culinária judaica desta época não deixa a outra para trás. Para quem quiser variar cá ficam duas sugestões:


Bolinhos de batata (latkes)

Ingredientes
4 batatas médias
1 ovo inteiro
sal a gosto
1 cebola pequena ralada
1 colher (sopa) de farinha de trigo
1/2 copo de óleo para fritar

Preparação
Ralar as batatas. Acrescentar aos demais ingredientes. Fritar às colheradas em óleo quente.


Sonhos (sufganiot)

Ingredientes (para 15 sufganiot)
300 gr. farinha de trigo
2 gemas de ovo
1 1/2 colheres de açúcar
30 gr. de margarina
1 colher de essência de baunilha
3/4 copo leite morno
15 gr. fermento de pão dissolvido no leite morno
Geleia para recheiar
Óleo para fritar (bastante, cerca de 1 litro ou mais)

Preparação
1. Misturar num recipiente a farinha com as gemas, o açúcar, a margarina, a essência de baunilha e o fermento dissolvido no leite, até que fique uma massa fina. Deixar descancar 1 hora e meia.
2. Esticar a massa (1 cm e meio). Cortar a massa com a ajuda de um copo e deixar descansar.
3. Fritar numa panela (com tampa) com bastante óleo (cerca de 1 litro).
4. Na panela com óleo, colocar a massa e virar o sufganiot. Retirar e colocar sobre um papel absovente.
5. Inserir a geleia em cada bolinho, com a ajuda de um saco de enfeitar, e depois pulverizar com açúcar fino.

sábado, dezembro 23, 2006

Messiaen/Messias

Hoje tive o privilégio de assistir ao concerto do pianista Roger Muraro na Casa da Música. A obra apresentada foi "Vingt Regards Sur L' Enfant-Jésus", ou não estivéssemos no Natal, do compositor francês Olivier Messiaen. Já tinha visto Muraro, penso que no ano passado, a actuar no Festival de Música da Póvoa de Varzim, com "Catalogue d' Oiseaux", do mesmo autor. A sensação de estranheza que a música de Messiaen provoca é também aquela que atrai, que impele o ouvinte a uma ligação ao sagrado; uma espécie de misticismo cristão tão humano que nem é preciso acreditar em Deus para se sentir em toda a sua dimensão. Seja como for, nestes momentos gostava de ser cristã...
Ficam aqui para ouvir os primeiros cinco olhares de Messiaen sobre o Menino Jesus:
1. Regard du Père
2. Regard de L' étoile
3. L' échange
4. Regard de la Vierge
5. Regard du Fils sur le Fils

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Afinal havia outro...

Descobri um blogue com o mesmo nome deste. Vem de Espanha. Só por curiosidade...

Tempus Fugit - Madrid my day

quinta-feira, dezembro 14, 2006

aguasfurtadas 10

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Licença poética

No seu primeiro livro de originais ("Bagagem", 1976), Adélia Prado faz uma homenagem a Drummond, a partir do seu "Poema de sete faces", que funciona também um manifesto pessoal da autora. Gosto de ambos, mas acho que prefiro o do Drummond, não sei...

Poema de sete faces
Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.

O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo,
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.

(Carlos Drummond de Andrade - "Alguma Poesia", 1930)


Com licença poética
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

(Adélia Prado - "Bagagem", 1976)

"Adélia é lírica, bíblica, existencial" *

* Carlos Drummond de Andrade

Adélia Prado faz hoje 71 anos. Só um pretexto para partilhar aqui alguma da poesia de uma das mais importantes poetas brasileiras do nosso tempo.

O Amor no Éter
Há dentro de mim uma paisagem
entre meio-dia e duas horas da tarde.
Aves pernaltas, os bicos
mergulhados na água,
entram e não neste lugar de memória,
uma lagoa rasa com caniço na margem.
Habito nele, quando os desejos do corpo,
a metafísica, exclamam:
como és bonito!
Quero escrever-te até encontrar
onde segregas tanto sentimento.
Pensas em mim, teu meio-riso secreto
atravessa mar e montanha,
me sobressalta em arrepios,
o amor sobre o natural.
O corpo é leve como a alma,
os minerais voam como borboletas.
Tudo deste lugar
entre meio-dia e duas horas da tarde.

terça-feira, dezembro 12, 2006

Um "post" prometido

Jean-Paul Belmondo e Jean Seberg (aqui Michel Poiccard e Patricia Franchini) nos Campos Elisios, em Paris. O filme é "O Acossado" ("À Bout de Souffle", 1960), de Jean-Luc Godard, um marco da "nouvelle vague".

domingo, dezembro 10, 2006

Way to blue


sábado, dezembro 09, 2006

Kind of blue















que as tuas metáforas
não se colem em mim
como uma oração aprendida na infância

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Frankie Machine


Frankie Machine (Frank Sinatra)

quarta-feira, dezembro 06, 2006

"O Homem do Braço de Ouro"

Estava a fazer umas pesquisas acerca de "O Homem do Braço de Ouro" (ver post anterior) e encontrei uma canção sobre a personagem principal do filme - Frankie Machine -, interpretado por Frank Sinatra. O tema é de Luke Tan, um interessante músico de folk contemporâneo. Fica aqui a música e a letra.


Ouvir tema:
Frankie Machine (The Suicide King)

Laughing like a lover who’s getting what he gives
In a dream that’s just begun
When the morphine hits you can almost touch the sun

Takes the dark and makes it burning bright
Makes this cold world seem like it’s just a big lie
Like you’re back at the top of the rolling wheel

And the throwing of the deal
Brings you back to days of yore
When you had that golden arm
And the swing swung like it should
But in the dead of night
You hear the monkey cry:
There’s a junkie in the hole
Who’s just a wasted life
Betting that he’d gonna die

That’s one you’re bound to win
Any path you choose
So go in all you’ve got
You’ve nothing left to lose
You’ve nothing left to lose
You’ve nothing left to lose
You’ve nothing left to lose

terça-feira, dezembro 05, 2006

Otto Preminger: cem anos, dois filmes

Otto Preminger nasceu faz hoje 100 anos. Morreu há 20. Relembro aqui os meus dois filmes favoritos deste cineasta norte-americano, de origem judaica, nascido na Áustria. Começo pelo "O Homem do Braço de Ouro" ("The Man with the Golden Arm", 1955). Preminger torna-se com este filme o primeiro realizador, pelo menos nos Estados Unidos, a tratar da questão da dependência da heroína. Frank Sinatra é Frankie Machine, um croupier heroinómano acabado de sair da prisão. A sua luta contra a dependência culmina numa cena arrepiante de uma ressaca passada num quarto fechado. O filme está disponível gratuitamente na Internet:


De "Bonjour Tristesse" não me apetece dizer grande coisa, a não ser que tenho saudades do filme e da bela da Jean Seberg: