quarta-feira, outubro 31, 2007

Sadly, one Sunday

"Gloomy Sunday" ou "Hungarian Suicide Song", popularizada por Billie Holiday, aqui com o piano e a voz de Diamanda Galás.



Sadly one Sunday I waited and waited
With flowers in my arms for the dream I'd created
I waited 'til dreams, like my heart, were all broken
The flowers were all dead and the words were unspoken
The grief that I knew was beyond all consoling
The beat of my heart was a bell that was tolling

Saddest of Sundays

Then came a Sunday when you came to find me
They bore me to church and I left you behind me
My eyes could not see one I wanted to love me
The earth and the flowers are forever above me
The bell tolled for me and the wind whispered, "Never!"
But you I have loved and I bless you forever

Last of all Sundays

(letra: Desmond Carter)

domingo, outubro 28, 2007

Parabéns a você

Este blog está de parabéns. Comemora hoje um ano de existência oficial. Até hoje foi visitado mais de 3500 vezes. Estes foram os primeiros posts, para quem os quiser revisitar.

sábado, outubro 27, 2007

JBL - BSO

Dois temas da banda-sonora original de "Poeticamente Exausto, Verticalmente Só - A História de José Bação Leal", composta em tempo recorde por Luís Pedro Madeira.

Valsa da Estranheza

Felicidade

terça-feira, outubro 23, 2007

Tempos de mudança

Quando escrevi o guião do documentário, inseri em determinada altura esta canção do Bob Dylan, editada no ano em que ele foi para a guerra. Acabou por não entrar (este é um filme de baixo orçamento...). Mas quero agora deixá-la aqui. Gosto da densidade quase profética da letra e da música.

The Times They Are A-changin'



Come gather 'round people
Wherever you roam
And admit that the waters
Around you have grown
And accept it that soon
You'll be drenched to the bone.
If your time to you
Is worth savin'
Then you better start swimmin'
Or you'll sink like a stone
For the times they are a-changin'.

Come writers and critics
Who prophesize with your pen
And keep your eyes wide
The chance won't come again
And don't speak too soon
For the wheel's still in spin
And there's no tellin' who
That it's namin'.
For the loser now
Will be later to win
For the times they are a-changin'.

Come senators, congressmen
Please heed the call
Don't stand in the doorway
Don't block up the hall
For he that gets hurt
Will be he who has stalled
There's a battle outside
And it is ragin'.
It'll soon shake your windows
And rattle your walls
For the times they are a-changin'.

Come mothers and fathers
Throughout the land
And don't criticize
What you can't understand
Your sons and your daughters
Are beyond your command
Your old road is
Rapidly agin'.
Please get out of the new one
If you can't lend your hand
For the times they are a-changin'.

The line it is drawn
The curse it is cast
The slow one now
Will later be fast
As the present now
Will later be past
The order is
Rapidly fadin'.
And the first one now
Will later be last
For the times they are a-changin'.

sábado, outubro 20, 2007

The day after

Está feito. Já estreou. Posso agora descansar um pouco. Obrigada aos amigos que estiveram presentes. E aos outros, aos ausentes, que, de alguma forma, também estiveram comigo. Foi um dia cansativo, extenuante.
À noite, não sei porquê, adormeci a pensar em papagaios de papel. Daqueles que voam à beira mar.

"Poeticamente Exausto, Verticalmente Só - A História de José Bação Leal" vai ser novamente exibido, amanhã, às 16h00, no Cinema Londres. Na mesma sessão, mas antes do meu filme, passa "&Etc", um delicioso e divertido filme sobre aquela editora, de Cláudia Clemente, também uma estreante.

quarta-feira, outubro 17, 2007

Let's look at the trailer...

sábado, outubro 13, 2007

“Poeticamente Exausto, Verticalmente Só - A História de José Bação Leal”

Contextualizado no Portugal de finais dos anos 50 e inícios dos anos 60, “Poeticamente Exausto, Verticalmente Só” conta a história de José Bação Leal, um jovem e promissor poeta, falecido em Moçambique durante a guerra colonial, com apenas 23 anos.
Com uma sensibilidade à flor da pele e uma consciência política rara naqueles tempos, marcou fortemente as pessoas com quem conviveu. Após a sua morte, os amigos juntaram-se para editar, em forma de homenagem, os seus poemas e cartas. Em 1971 o seu pai reedita-o desta vez com um grande impacto no meio literário e intelectual. Será, nesse ano, o livro mais vendido na Feira do Livro de Lisboa, antes de ser apreendido pela PIDE.
No prefácio de “Poesias e Cartas”, escreve Urbano Tavares Rodrigues: “além de nos fazer conviver humana e esteticamente com quem teria porventura vindo a ser – não lhe tivessem truncado a vida a crueldade e a insânia que ele denuncia – um dos maiores escritores da língua portuguesa do nosso tempo, este livro fica para sempre, no seu valor testemunhal, como um marco histórico (resumindo a agonia e o martírio de tantos e tantos jovens absurdamente torcidos ou, como ele, quebrados ao arrepio da história, na sua natureza e nas suas opções)”.
“Poeticamente Exausto, Verticalmente Só” (frase retirada de uma das suas cartas) traça o percurso de Bação Leal através das memórias dos seus amigos próximos e da sua irmã. Estes lembram a sua inteligência, o seu talento, o seu humanismo, bem como a resistência corajosa de que foi capaz dentro da própria institução militar.

sexta-feira, outubro 12, 2007

José Bação Leal...

Desculpem, mas agora vão ter de levar com isto até ao dia da estreia...

(...) O meu destino de homem, talvez de pária, não deve comportar desejos etéreos. Assim, resta-me converter a dor ao credo das palavras. É, de facto, demasiado doloroso não ter um pedaço de amanhã guardado para uma alegria, é mesmo quase humilhante de tão cruel. Mas parece que convém continuar. Ou pelo menos fingir que a angústia não é connosco. "Tudo menos a piedade..." (diria o Álvaro de Campos). E diria certo. Mas, às vezes, o coração contorce-se e é necessário sangrar. (...) Acontece-me sempre isto quando tento projectar-me num espaço ou num tempo. Qualquer dia, de tão irreal, talvez acorde homem. Talvez me cresçam certezas na boca... (...).

ao José Mário
22 Jan. 63
Lisboa
(in "Poesias e Cartas", 1971)

quarta-feira, outubro 10, 2007

José Bação Leal, ainda...

...poeticamente exausto, verticalmente só... lembro memória dum qualquer verão em nenhuma parte. Percorro o suor dos mortos. Acabo em cada boca que começa. E como os mortos suaram antes da guitarra de barro! Kid, companheiro antiquíssimo: pergunto: o desespero já foi jovem? Quem doará seu rosto ao trigo da aurora? Quem, quando a areia crescer nos olhos, resolverá a rosa marítima? ESCREVE! Nada sei da mulher que possuiste em casa da Lena. Sei somente das jovens que a cidade digeriu... Sei todas as cidades do nocturno mapa do esquecimento...
P.S.: Sou aspirante. Não me chames alferes. Sim, não me promovas.

ao Francisco
Agosto de 1963
Mafra

(in "Poesias e Cartas", 1971)

terça-feira, outubro 09, 2007

José Bação Leal (só para abrir o apetite...)

(algebrética)


Tento habituar-me a tratar por tu trovoadas.

Resolvi aceitar o sol de quando em vez débil.

Apaixonei-me, melhor, ando de bem com a chuva morna.
Deixei de beber, apenas sorvo telhados.

Só não sei, outra vez, se é de jogar numa reconciliação com a vida. Ah, e também sonho, sonhos azuis como guitarras (esclareço: o azul dos sonhos mede-se a partir do verão). Mas, verifico agora, errei o erro:

Pretendia apenas anunciar-te que hoje, a partir de hoje, passam a ser vinte e duas as vítimas do naufrágio.

Ao Francisco
1 Jul. 64
Beja


(in "Poesias e Cartas", 1971)

quarta-feira, outubro 03, 2007

"Poeticamente exausto, verticalmente só..."

Exibições:
19 de Outubro, sexta-feira, 16h30 (Culturgest)
21 de Outubro, Domingo, 16h00 (Cinema Londres)
Ver programação completa aqui.