"Persona"

de Ingmar Bergman (1918-2007)

Lisboa, 40 graus à sombra, Bergman

Está quase tudo dito. Nestes dias penso em Radar Kadafi, em esplanadas marítimas, em viagens quentes, aquelas em que se vê o calor subir do asfalto e em que o suor cola o corpo ao banco do carro. São quase 17h e estão mesmo 40 graus por aqui. Se saio para a rua, derreto. Não estou habituada a este Verão lisboeta, demasiado claro. Penso também em Ingmar Bergman porque soube, há pouco, que ele morreu hoje de manhã. Vou passar o resto da tarde a rever "Morangos Silvestres", "Mónica e o Desejo" e, quando escurecer, "Sorrisos de uma Noite de Verão". Evitarei "Lágrimas e Suspiros" e "Sonata de Outono". Talvez reveja "A Máscara" ("Persona"), o filme intemporal de Bergman, feito de silêncios, de dolorosos monólogos, de metáforas surrealistas que propõem um confronto entre o ser o parecer (se é que faz sentido dividir assim a realidade...). "Persona" é o meu filme favorito de Bergman, e talvez de toda a história do cinema.

"O amor é um pássaro rebelde"

Goran Bregovic, autor de famosas bandas-sonoras (de alguns filmes do Kusturica, Patrice Chèreau, entre outros), teve a brilhante ideia de compor uma versão da minha ópera favorita: "Carmen", de Bizet. Chamou-lhe "Karmen (with a Happy End)". Eu já ouvi e gostei. Aqui ficam os três primeiros temas como amostra:

1 - Uvertira
2 - Gas Gas
3 - Savatone

Folhas de erva...

Acho que vou gostar desta série*...
Chama-se "Weeds" ("Erva") e estreia hoje na RTP2, pelas 22h30. Mais uma curiosa produção da Showtime.

(clicar na imagem para aceder ao site oficial)


*só pela banda sonora, já gosto:

McCullers "vs" Huston

Depois de ter lido o livro de Carson McCullers, gostava de ver o filme de John Huston:
"Reflexos Nuns Olhos de Oiro" ("Reflections in a Golden Eye", 1967)

(clicar na imagem para ver o trailer)

*por acaso alguém sabe onde o encontrar?*

This one goes...

...para a minha maninha mais nova que se casou ontem. Só desejo isto: Felicidade.

"Love and Marriage", Frank Sinatra

Poeticamente Exausto, Verticalmente Só

Terminei, finalmente, a montagem do documentário que ocupou quatro anos da minha vida. Chama-se "Poeticamente Exausto, Verticalmente Só - A história de José Bação Leal". Ficou com este aspecto:

Frida Kahlo - 100 anos

A artista mexicana Frida Kahlo nasceu faz hoje 100 anos (faleceu a 13 de Julho de 1954). Uma mulher admirável, uma artista revolucionária, uma obra para a eternidade. Em 2002, Julie Taymor realizou "Frida", um filme delicioso sobre a vida da pintora, com Salma Hayek. Aqui fica o "trailer":

Recomendo também dois livros:
o seu "Diário" e o livro editado pela Taschen, de Andrea Kattenmann.

Há sempre um amanhã...

Tive a sorte de ver anteontem na Cinemateca o magnífico melodrama "There's Always Tomorrow" (1956), de Douglas Sirk. É mais um daqueles filmes que retratam a classe média norte-americana dos anos 50. A insatisfação afectiva, os condicionamentos sociais e morais são aqui tratados por Sirk de uma forma doce mas dolorosa e sublinarmente subversiva. Conta-se aqui a história de Clifford Groves (interpretado por Fred MacMurray), um "pai de famíla" aparentemente bem sucedido que reencontra uma velha amiga, Norma Miller (interpretada por Barbara Stanwyck), que já não via há 20 anos e por quem acaba por se apaixonar. Como nos outros filmes que vi de Sirk, o final não é feliz para todos ou não é, verdadeiramente, feliz para ninguém. O "tomorrow" do título parece sugerir um amanhã novo e optimista. Mentira. Refere-se antes a um amanhã de possíveis arrependimentos, o que leva à inércia e à resignação. De referir que este filme foi projectado no ciclo dedicado à actriz Barbara Stanwyck, que decorre este mês na Cinemateca.

Deixo aqui a cena do "reencontro":

Meg Stuart, Lx

Uma das mais interessantes coreógrafas de hoje:Amanhã: "Maybe Forever", Culturgest