segunda-feira, julho 30, 2007

Lisboa, 40 graus à sombra, Bergman

Está quase tudo dito. Nestes dias penso em Radar Kadafi, em esplanadas marítimas, em viagens quentes, aquelas em que se vê o calor subir do asfalto e em que o suor cola o corpo ao banco do carro. São quase 17h e estão mesmo 40 graus por aqui. Se saio para a rua, derreto. Não estou habituada a este Verão lisboeta, demasiado claro. Penso também em Ingmar Bergman porque soube, há pouco, que ele morreu hoje de manhã. Vou passar o resto da tarde a rever "Morangos Silvestres", "Mónica e o Desejo" e, quando escurecer, "Sorrisos de uma Noite de Verão". Evitarei "Lágrimas e Suspiros" e "Sonata de Outono". Talvez reveja "A Máscara" ("Persona"), o filme intemporal de Bergman, feito de silêncios, de dolorosos monólogos, de metáforas surrealistas que propõem um confronto entre o ser o parecer (se é que faz sentido dividir assim a realidade...). "Persona" é o meu filme favorito de Bergman, e talvez de toda a história do cinema.

2 Comments:

At 10:27 da tarde, Blogger woman that rains said...

Aconteceu-me algo estranhíssimo na 1ª vez que vi o persona... no final do filme, de vísceras revoltadas apetecia-me vomitar, nunca me aconteceu isso com um filme... somatizei a máscara.

 
At 5:20 da tarde, Blogger Luisa Marinho said...

Alguns filmes do Bergman têm essa poderosa influência sobre o espectador. A boa arte faz isso. Felizmente.

 

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